Alimentos orgânicos ou convencionais?

O poder da escolha é maravilhoso!
7 de outubro de 2015 por
Alimentos orgânicos ou convencionais?
Mercado em Casa Delivery, Joe Alves
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Preferimos os orgânicos

Algumas pessoas nos perguntam:

"Se vocês preferem os orgânicos, então porque também ofertam produtos convencionais na loja virtual?"

Para responder a esta pergunta, embora a agricultura orgânica exista há muito tempo, primeiramente precisamos explicar de forma resumida como a agricultura se desenvolveu na linha do tempo e o que é agricultura orgânica e convencional.

A comida nos conecta com o tempo e com pessoas que cultivaram a terra há milhares de anos. Para fazer o caminho de volta é necessário conhecer o caminho que nos trouxe até aqui.

É incerto afirmar quando surgiu a arte de cultivar os campos, mas estima-se que surgiu há aproximadamente 15 mil anos.

A atividade de cultivar a terra para produzir alimentos para o homem e para criação de animais fez com que o homem deixasse de ser nômade, que é o modo de vida baseado na caça e na coleta de alimentos e passou a ser sedentário, que é o modo de vida baseado no cultivo de plantas e domesticação de animais.

Registros mostram que a adubação teve início na China há 8 mil anos antes de Cristo. Os chineses produziam adubo com resíduo vegetal, animal, húmus dos rios e esterco humano.

No Egito antigo se aproveitava as cheias do rio Nilo, quando se depositavam em suas margens uma camada de húmus larga e profunda, para cultivar cevada, trigo e lentilha.

A adubação com esterco animal foi utilizada durante séculos por diversos povos, até que no século XIX na Inglaterra surgiu a primeira fábrica de fertilizantes, com a fabricação do composto NPK (Nitrogênio, Fósforo e Potássio).   

Contudo, o grande salto dos fertilizantes ocorreu quando os Alemães Fritz Haber e Carl Bosch, em 1909, conseguiram sintetizar a amônia possibilitando o surgimento dos adubos nitrogenados.

Este processo possibilitou o aumento da produtividade das áreas cultivadas e muitos acreditam que grandes áreas de florestas foram poupadas, pois se reduziu a necessidade de abrir novas áreas para a agricultura.

Este período foi caracterizado pelo aumento da produção sem o grande aumento da área de cultivo. Entretanto, o avanço tecnológico da época, gerou um aumento da produtividade, mas não beneficiou o meio ambiente, pois na prática, havia um uso intenso do solo sem a preocupação em desenvolver técnicas de conservação do próprio solo.

Com o término da Segunda Guerra Mundial surgiu a revolução verde, que buscava aumentar a produção de alimentos utilizando a mecanização agrícola, o uso de fertilizantes, de agrotóxicos e de sementes selecionadas em laboratório. A revolução verde realmente aumentou a produção, mas se mostrou extremamente agressiva ao solo, aos rios e aos lençóis freáticos.

No Brasil, a produção de fertilizantes de forma industrial iniciou entre 1950 e 1960. A indústria de fertilizantes cresceu com a visão de que produziam o mais importante insumo para a agricultura. Acreditando que o fertilizante é o principal fator para o aumento da produtividade da terra e o principal estimulador para o desenvolvimento da economia, de novas tecnologias, de renda e fixação do homem no campo.

Contudo, em menos de um século, desde que o uso dos fertilizantes passou a ser mais intenso, a agricultura passou a ser uma das atividades humanas que mais transformou o meio ambiente.

No atual momento ocorrem várias revoluções agrícolas.

Em uma direção, corporações poderosas estão desenvolvendo os transgênicos - Organismos Geneticamente Modificados (OGM), que segundo definição do Ministério da Agricultura, é todo e qualquer organismo que teve seu material genético (DNA) modificado por meio de engenharia genética em laboratórios. O milho e a soja são os alimentos de origem transgênica mais consumidos no mundo.

Os defensores dos transgênicos pregam que o uso na agricultura acabará com a fome no planeta e não causará danos ao meio ambiente.  

No sentido contrário, os críticos defendem que o uso dos transgênicos pode trazer consequências desconhecidas para saúde e expor o meio ambiente a consequências ainda mais sérias, como a perda de biodiversidade, o empobrecimento dos solos e o aumento dramático do uso de agrotóxicos.

A outra revolução que ocorre nesse momento é a da agricultura orgânica.

Na agricultura orgânica não é permitido o uso de substâncias que coloquem em risco a saúde humana e o meio ambiente. Não são utilizados fertilizantes sintéticos solúveis, agrotóxicos e transgênicos.

O produto para ser considerado orgânico, tem que ser produzido em um ambiente onde se utiliza como base do processo produtivo e os princípios agroecológicos, que contemplam o uso responsável do solo, da água, do ar e dos demais recursos naturais, respeitando as relações sociais e culturais.

No Brasil a cultura e a comercialização dos produtos orgânicos foram estabelecidos pela Lei 10.831, de 23 de dezembro de 2003. Tendo sua regulamentação em 27 de dezembro de 2007 com a publicação do Decreto Nº 6.323.

Na verdade a agricultura orgânica é um caminho de volta à agricultura que existia antes dos fertilizantes químicos industriais, só que com um conhecimento gigantesco na bagagem.

O termo agricultura orgânica surgiu no início do século XX, quando surgiram correntes contrárias à adubação química, promovendo manifestações a favor da prática de culturas baseadas nos processos biológicos naturais.

A diferença entre a agricultura orgânica e a convencional encontra-se principalmente na utilização de fertilizantes, agrotóxicos e pesticidas no processo de produção agrícola. O cultivo de monoculturas, plantio de uma única espécie, é uma prática da agricultura convencional que prejudica a recuperação do solo.

A jornada dos produtos orgânicos até a mesa do consumidor.

Um dos primeiros questionamentos feito pelos consumidores sobre a agricultura orgânica é o preço dos alimentos.  Os produtos livres de fertilizantes, agrotóxicos e pesticidas ainda perdem a disputa em relação aos similares cultivados da forma convencional.

Mas a diferença vem caindo ao longo dos anos, atraindo mais adeptos da alimentação saudável. Até porque, o Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxicos, ultrapassando a marca de 1 milhão de toneladas, o que equivale a um consumo médio de 5,2 kg de veneno agrícola por habitante, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer – INCA.

Outro debate está entre os que são contra a comercialização dos orgânicos nos supermercados por acharem que os contratos prejudicam o produtor familiar e elitizam o consumo, e os que defendem as vantagens de entrar nas redes de supermercados, principalmente nos grandes centros urbanos, sem ter que renunciar aos princípios e valores da agricultura orgânica, garantindo um planejamento da produção baseada em um mercado permanente e com uma perspectiva de recebimento em dia.

A margem do debate, conforme a produção e o mercado de alimentos orgânicos foi se desenvolvendo nos anos 90, no Brasil e no exterior, os supermercados passaram a ser um canal de vendas muito importante para os produtos orgânicos, principalmente nos grandes centros urbanos, coexistindo com outros canais de comercialização, como cestas domiciliares, mercados e lojas especializadas, entrepostos e feiras.

O nosso objetivo quando oferecemos os dois tipos de produtos, orgânicos e convencionais, é influenciar a conversão do não comprador de orgânicos em comprador, seja ocasional ou frequente.

Além de mostrar que no preço, dependendo do produto e da época do ano, a diferença não é tão grande e muitas vezes é igual e até mais barato dependendo do produto.

Queremos incentivar quem já está disposto a incorporar na sua vida produtos mais saudáveis ou quem compartilha valores e estilos de vida identificados com a cultura da agricultura orgânica.

Outro ponto importante é a informação sobre a origem dos produtos orgânicos, a rastreabilidade, as informações nutricionais e a higiene. Por isso temos extrema preocupação com o selo de certificação de um produto orgânico, pois o selo identifica a procedência do alimento e garante ao consumidor a certeza de estar levando para a casa um produto isento de contaminação química.

Informamos a seguir as Certificadoras credenciadas pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento para atuarem no Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica.

Organismos Participativos de Avaliação da Conformidade Orgânica (Sistema Participativo):

- ANC - Associação de Agricultura Natural de Campinas e Região

- ABIO - Associação dos Agricultores Biológicos do Estado do Rio de Janeiro

- Rede Ecovida - Associação Ecovida de Certificação Participativa

- ABD – Associação Biodinâmica

Organismos de Avaliação da Conformidade Orgânica pela Certificação por Auditoria:

- TECPAR - Instituto de Tecnologia do Paraná

- ECOCERT Brasil Certificadora Ltda

- IBD Certificações Ltda

- IMO CONTROL - Instituto de Mercado Ecológico

- INT - Instituto Nacional de Tecnologia

- Instituto Chão Vivo de Avaliação da Conformidade

- OIA - Organização Internacional Agropecuária

Acreditamos que a busca por alimentos saudáveis e qualidade de vida é o principal fator para o crescimento do consumo de frutas, legumes e verduras orgânicas e que é preciso incentivar o consumo, para que o aumento da demanda possa incentivar ainda mais a produção, garantindo um abastecimento contínuo e melhorando os preços para o consumidor.

Da nossa parte, quando o consumidor compra produtos orgânicos no Mercado em Casa Delivery atuamos direto com os produtores, com as feiras e também com os supermercados. Entendemos que o bem maior é cuidar do abastecimento sustentável das famílias, com foco total no controle de qualidade, na seleção dos produtos e no caminho para alcançar um mundo melhor para as próximas gerações, por isso nós preferimos os orgânicos.

Judson Alves

Mercado em Casa Delivery - Facilitando a sua Vida!

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